domingo, 16 de novembro de 2008

ANJO DO BECO


Um corpo frio e cansado
Vagando devagar
Uma alma em conflito
Pairando sem parar
Um ser que não foi
E nunca será
Um sentimento enterrado vivo
Mas que não quer se exumar.

Um anjo cadente de alturas infinitas
Atravessando lentamente a escuridão de um beco
Na suavidade do caos,
Na beleza das ruínas,
Nas esquinas do deserto...
Para proteger alguém que já se foi,
Alguém que viveu sempre ferido,
Enfraquecido e esquecido
Mas que ja partiu... partido.

Anjo do beco vagando devagar
Asas quebradas, sua luz a se apagar
Na voraz alvorada que o aprisiona
Carregando uma harpa que não mais funciona
Sua forma aos poucos se concretizando
Sentimentos humanos lhe dominando
Castigado por não cumprir o seu dever
Tomará o lugar de quem deveria proteger.

(I. Martins)

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