sábado, 20 de novembro de 2010

Do fundo do poço


Mais uma vez, cheguei à beira do abismo... mas dei um passo para trás.
O campo de força foi rompido, mas consegui emendá-lo.
A porta se abriu, mas fechei-a a tempo.
Há coisas que só são percebidas na escuridão.
Assim como há coisas que só são ouvidas no silêncio.
Não há ganhos. Apenas permuta.
Quando se ganha algo, algo tem que ser perdido.
O tempo só é válido se houver mudanças.
Nada é o que parece. Mas não basta apenas saber disso.
Por não agir, você está produzindo algo.
Por não falar, você está dizendo algo.
As escolhas que mais influenciam a sua vida, nem sempre são feitas por você.
Nem todas as portas indicam a saída.
A vítima também é culpada.
Os olhos se abrem diretamente proporcional à mente.
O agora já é passado.
O tempo destrói tudo.
Tudo foi programado para se destruir.
Só os viciados não se questionam.
Nenhum olhar é mudo.
Nenhum silêncio é cego.
A dor não tem aparência.
Após estar à beira do abismo, adquire-se mais equilíbrio.
Mais equilíbrio atrai mais turbulência.
A vida segue...
Seguimos sem direção.

(I. Martins)