segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ODEIO SER HUMANO


Odeio ter sentimentos não correspondidos.

Odeio sentir raiva não contida.

Odeio sentir desejos reprimidos.

Odeio fazer promessas não cumpridas.

Odeio ter sonhos não realizados.

Odeio injustiça e violência na minha frente.

Odeio fazer planos não concretizados.

Odeio sentir esse ódio diariamente.


Odeio saber que eu valho o que tenho.

Odeio perceber que não há reciprocidade.

Odeio ser sozinho entre todos.

Odeio saber que não existe felicidade.


(I. Martins)

domingo, 16 de janeiro de 2011

O eu



Quem sou eu? O que é o eu? Por que eu estou aqui? Quando irei parar? Onde irei parar? O que esse mundo está fazendo comigo? O que as pessoas falam e pensam sobre mim? Será que alguma estrela influencia a minha personalidade? Será que alguma onda do mar me traz e me leva algum sentimento? Será que alguma nuvem carrega os meus medos? Será que alguma brisa guia o meu amanhã? O que aprendi hoje? Aliás, o dia de hoje foi realmente necessário? Eu poderia apagá-lo sem sofrer coisa alguma que afetasse minha vida adiante? O que eu sinto pelas pessoas é recíproco? As pessoas me vêem como eu me vejo? O que eu faria se eu encontrasse a mim, no meio da rua? O que eu represento num determinado grupo? Alguém me admira? Alguém me menospreza? Alguém me ignora? Alguém me odeia? Alguém seria capaz de me amar? Eu seria capaz de me amar? Mesmo sendo tão egoísta a ponto de tentar suicídio? Quem sou eu? O que mudaria em mim se eu soubesse quem sou? Um dia eu serei livre? Estou aqui por pensar demais ou nunca pensei em estar aqui agora...? Amanhã estarei aqui? Se estiver, serei igual ao eu de hoje? Por que eu não esqueço? Por que ainda estou aqui? Por que ainda insisto em continuar? Isso valerá a pena? Por que eu não saí hoje? Será por querer eu queria ir embora de qualquer lugar que eu estivesse? Por que sou tão diferente dos outros? Seria bom ser igual? Eu continuaria sendo eu? Meus defeitos e minhas qualidades são frutos do meu eu ou do mundo que me cerca? Afinal de contas, se eu tivesse todas as respostas, o que iria favorecer? Eu realmente me importo com tudo isso? Eu ainda estou vivo? Ainda estou no jogo? Ainda tenho chances? Ainda tenho tempo? O que fazer com tanto sentimento? Com tantas dúvidas? Com tantos erros? Com tanta raiva? Raiva de não ser... de não poder... de não merecer... de não querer seguir... Onde irei amanhã? Será que irei me ver amanhã? Será que irei constatar que sei onde irei? Onde sempre estive... e talvez sempre estar cada vez mais...  Longe...  Longe de mim.
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(I. Martins)