sábado, 26 de setembro de 2009

INSÔNIA


Em uma mente insone pensamentos insanos
Sombras e sobras não estão mais ao alcance
E antes que no peito o coração descanse,
Colhem-se os frutos do desprezo desses últimos anos.

Lembranças vivas de sonhos mortos
Sem trégua, consomem o juízo,
Trazendo um desalento conciso
Tal qual a triste dança de anjos tortos.

Suores noturnos de ansiedade
Trafegam sobre o corpo trêmulo e ocioso
Constelações ocultam-se num céu nebuloso,
Ignorando uma insistente saudade.

Sem anjos, sem estrelas, sem norte e sem chão,
Num vazio interminável, a alma agoniza.
A dor no peito permanece e eterniza,
Diante dos fatos, assume-se a rendição.
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(I. Martins)