sábado, 18 de outubro de 2008

TÉDIO

Não há nada mais insuportável para o homem do que estar completamente ocioso, sem paixões, ocupações, diversões ou leitura. Ele sente que não é nada; é só, inadequado, dependente, impotente e vazio. E na mesma hora brota do fundo de seu coração o tédio, o desânimo, a tristeza, a raiva, o desespero, a aflição...
O tédio simplesmente mostra que você está se tornando ciente da futilidade da vida, da constante roda repetitiva. Você já fez todas aquelas coisas antes – nada acontece. Você esteve dentro de todas aquelas viagens antes – não deu em nada. O tédio é a primeira indicação de que uma grande compreensão está surgindo em você, sobre a futilidade, a insignificância, da vida e de seus caminhos.
O tédio é duplamente difícil de ser diagnosticado e curado porque é uma doença privada. Temos vergonha dele. Como a culpa ou a vergonha, nós o escondemos atrás da cortina do silêncio e da negação... Para moldar um quadro real de quanto a nossa vida está moldada pelo tédio, teremos de examinar seus efeitos secundários - todas as maneiras de gastarmos nossa energia tentando escapar desse monstro que juramos não estar atrás de nós.
Debaixo da superfície próspera das nossas vidas, ainda experimentamos frustração e confusão, ansiedade e desespero. Dentro das nossas sociedades, mesmo os mais afortunados têm pouca esperança de liberação completa da frustração e insatisfação... Talvez as nossas tentativas de encontrar satisfação estejam, na realidade, conduzindo-nos a frustrações.
O número de pessoas com um funcionamento limite esteja aumentando, pois elas são o reflexo de uma sociedade pouco preocupada com o bem estar dos cidadãos e mais interessada na globalização e nos efeitos econômicos. Essas pessoas estão em busca de si mesmas, tentando desesperadamente lidar com a dor e o vazio de suas existências. Tentando simplesmente existir!